PODER ECONÔMICO
É preciso entender que precisamos adentrar na economia global.
A economia tem a responsabilidade de gerar renda e trabalho, promovendo o desenvolvimento que alcance o coletivo e o progresso do indivíduo como cidadão.
Agenor Candido
O Brasil estará confortável se entendermos que o agronegócio, hoje, é fundamental para a Nação e, em paralelo, incentivarmos a indústria nacional de base. Não adianta trazermos tecnologia de fora, mas sim desenvolvermos a nossa.
Antes de adentrarmos neste cenário, precisaremos estudar e projetar um “plano de negócios de Estado”. É preciso renunciar a conceitos ultrapassados e compreender o estágio cultural da humanidade.
O Brasil possui diversos capitais que a maioria das nações não tem. Compreender e direcionar esses vetores é essencial para extrairmos o melhor custo-benefício, considerando que todo capital do Estado deve ser do povo e não de uma casta de indivíduos que tomou o poder sem saber o que fazer, atuando de forma irracional e sendo aplaudida por uma minoria de ignorantes articulados para o mal.
É hora de acordarmos para a transição da tecnologia binária para a IA, que alcançará a todos, querendo ou não, de forma definitiva. Serão décadas de ajustes e infinitas reengenharias.
Sempre que o conhecimento mudou de mãos, impérios foram enterrados, outros surgiram, e alguns mantiveram-se na vanguarda por estarem sensíveis às mudanças. O Brasil precisa aproveitar este momento de transformação global e a oportunidade única para nossa nação. Desmobilizar o capital do Estado e investir no capital humano. Não de forma assistencial, mas de forma racional, é a única maneira de vencermos esta batalha da cultura humana.
As grandes corporações discutem abertamente o pagamento de indenizações reparatórias, não assistenciais, mas sim para financiar indiretamente um mercado que surgirá com a apresentação de produtos, com alguns chegando a um custo de entrega de até 85% produzidos pela indústria robótica. Na agricultura, não será diferente; prédios de trinta andares com um quilômetro quadrado de extensão produzem não só produtos vegetais, mas também proteína animal.
A redução da população está em curso para diminuir 2/3 da população global e, no recomeço deste reset, a corrida espacial agora não é entre nações, mas entre empresas privadas empenhadas em povoar novos planetas.
Para alguns, isso pode parecer ficção, mas certamente pagarão caro pela falta de atenção aos movimentos globais.
Voltando à nossa república, que ainda luta para decidir entre ser capitalista ou, pasmem, comunista, o momento é crucial para a implantação do capitalismo. Vamos avaliar os diversos capitais à nossa disposição:
CAPITAL RISCO – Não possuímos capital de risco e, pior, os poucos investidores estão indo embora, dada a incerteza das políticas equivocadas implantadas e a falta de continuidade governamental.
Os fundos de pensão estrangeiros não acreditam nas empresas públicas nacionais envoltas em corrupção, que já alcançou empresas privadas, até aquelas com portfólio internacional.
CAPITAL ESPACIAL – Estamos atrasadíssimos neste processo; sequer temos um programa espacial, enquanto empresas privadas estrangeiras vislumbram a captura de meteoros que valem 30 trilhões de dólares. É inconcebível, por incompetência cultural, estarmos sem plano neste setor.
CAPITAL GLOBAL – Somente aportará aqui se provarmos que temos um mercado com capacidade de compra. Para isso, teríamos que ter um mercado interno, mas com a dinâmica governamental equivocada e os dados em declínio, certamente nenhum capital aqui aportará.
CAPITAL ECONÔMICO – Temos uma economia fraca e instável, sobrecarregada de impostos irracionais que ninguém paga, e o governo também não cobra, simplesmente por incompetência em não saber como e a quem cobrar. Isso é um escárnio para com o erário público.
CAPITAL ESTADO – O Estado é dono de um capital gigantesco imobilizado, que não rende nada e só retroalimenta as despesas acumuladas. As empresas estatais, digamos, são todas obsoletas até no capital humano, representadas por funcionários públicos incompetentes, agarrados aos seus concursos que lhes asseguram a maldita estabilidade trabalhista.
Todas as instituições estão comprometidas: os ministérios, vítimas de barganhas de partidos políticos sem nenhum escrúpulo. As forças armadas estão cooptadas e envolvidas na corrupção que mancha a honra de poucos que ainda a têm. A justiça, guardiã da constituição, se arvorou em reescrevê-la conforme sua vontade, para um plano secreto de poder.
CAPITAL SOCIAL – O capital social é confundido e desorganizado entre leis trabalhistas ilusórias que tratam o trabalhador como crianças que recebem balinhas a partir de entulhos trabalhistas. A previdência é uma pirâmide financeira em uma bolha mantida pelo Estado. Um sindicato que obriga seus trabalhadores a pagar, sem a contrapartida mínima de uma consulta médica ou assistência emergencial, tem seus dirigentes, na verdade, como ladrões da classe.
CAPITAL HUMANO – O brasileiro é muito criativo, falta-lhe instrução por culpa do Estado, porém há uma massa de pessoas diferenciadas, bem-intencionadas e capazes, que se abrigam e identificamos como empreendedores. Somando-se a esses, encontramos liberais e autônomos, que ainda mantêm a nossa Nação de pé.
CAPITAL HUMANITÁRIO – Somente conseguiremos sensibilizar as corporações internacionais para internarem aqui os seus capitais se fizermos o dever de casa. Isso significa implantar a democracia que inexiste, criar oportunidades de negócios globais de longo prazo e, fundamentalmente, não mudar as regras nos próximos 1.000 anos.