ENTREVISTA – Com o Presidente do PCP
Entrevista concedida ao Jornal O Capital, com o Presidente do PCP
1.Gostaria que o Sr. se apresentasse.
Meu nome é Agenor Cândido, e acabei de ser eleito Presidente do Partido Capitalista Popular – PCP. Sou liberto, capitalista, empreendedor, filósofo e defensor da ideologia relativista.
REPLICA — O Sr. esqueceu de citar que criou alguns partidos políticos e escreveu cinco livros e não se considera um cientista político?
Ainda não. Segundo Pierre Bourdieu, e concordando com ele, não posso e não devo me auto-consagrar. Voltando à pergunta, não me sinto confortável em me apresentar como um cientista; filósofo, sim, embora tenha descoberto esta labuta muito recentemente.
2,O nome do partido, Capitalista Popular, já não é uma incoerência?
O nome faz parte de uma estratégia que provoca a imaginação e traz à luz da verdade, direcionando para a discussão pública do dinheiro público. Quando tratamos do meu, do teu, do nosso dinheiro público, não podemos esquecer do povo; daí o “Popular”, que a esquerda detesta. Eles gostam é de intelectuais com uma taça de vinho na mão.
O Capitalismo, de forma clara (conforme lembrava o Dr. Enéas), não temos problema em tratar abertamente este tema, que alcança a iniciativa privada. Sem esquecer do nacionalismo e do desenvolvimento tecnológico brasileiro.
Já o “Popular” acolhe o empreendedorismo e até as funções autônomas e liberais.
O PCP não pratica o falso protecionismo, tão exigido pela esquerda, que aprisiona o povo através da muleta social. Nossa intenção é conceber a oportunidade da prosperidade para todas as pessoas, que vão das simples até os empresários que constroem de fato esta nação.
3. O Sr. não acredita que já tem partido demais? Ou melhor, por que mais um partido?
Não, é que o Estado, através de dirigentes despreparados, prega DEMOCRATISMO (a mentira democrática, entulhos intervencionistas que impedem o exercício da cidadania, com os direitos antes dos deveres). O Brasil tem leis demais e partidos autênticos e independentes de menos.
Começa pela obrigatoriedade do voto, a falta do escrutínio, a contraprova do voto, a falta do voto distrital, a proporcionalidade no Senado Federal, a candidatura independente, a carteira de trabalho, o 13.º salário, as férias remuneradas, o FGTS, a estabilidade funcional do servidor público, as decisões monocráticas do STJ, a sequela da cota racial, a fila de procedimentos médicos. Enfim, eu poderia citar no mínimo uns cem entulhos antidemocráticos.
Voltando à pergunta, o PCP, nosso partido, em primeiro lugar, não aceita a coligação e a federalização, por entendermos que são um estelionato eleitoral. Na verdade, todos os partidos que aí estão, e observe que cito TODOS, praticam este escárnio. Prestem bem atenção: como pode um comunista (que não pratica o que prega) aceitar fazer uma coligação com o diabo do centrão ou um partido qualquer? Isto, para nós, é um crime de estelionato eleitoral.
4.Presidente, mas como o seu partido vai se eleger sem as coligações e Federações?
Conquistando de forma lúcida os simpatizantes de nossas pautas (quando o povo quer, não tem jeito). Eles conhecerão, com o evento dos patriotas, ainda que traídos à sua força. Nunca subestime a consciência coletiva do povo.
Simplesmente porque pregamos uma reestruturação do gerenciamento público, utilizando a reengenharia fractal. O problema da República é conjuntural; inicia-se no princípio sistêmico de corrupção, que é praticado como um fato normal, e isso é um absurdo.
5.Desculpe, não entendi. O Sr. quer dizer então que o problema é somente administrativo?
Não, o problema é cultural (conceitos ultrapassados) e vai além da administração. Ele começa lá atrás, no império colonial com a derrama, e é uma chaga forte no Estado Novo. Com a incompetência política, alastrou-se na ditadura militar autoritária e aflorou de forma sistêmica no governo de 20 anos do PT, que construiu a maior quadrilha criminosa do mundo, praticando a lesa-pátria de forma contumaz e com a maior naturalidade.
Se me permitir, ainda lembro que agora, neste evento da classe de falsos sindicalistas, que, não satisfeitos, contaminou lamentavelmente alguns empresários que se tornaram, por questão de sobrevivência empresarial, em empresários chapa branca e, de rodo, alcançaram o Congresso Nacional, arrolaram os militares fragilizados de honra e, lamentavelmente, cooptaram a justiça, onde homens e mulheres sem a rigidez moral e clareza ética necessárias para o cargo. Isto é gravíssimo.
6.Entendi que todas as instituições, segundo o Sr., estão contaminadas. É isso? Então não tem jeito?
Na verdade, todas as instituições estão contaminadas. Entretanto, acredito na força, na habilidade, na capacidade de superação e na honra do povo brasileiro; e observe, é a maioria que hoje despertou.
Temos que cortar a própria carne se quisermos salvar nossos netos, pois nossos filhos, infelizmente, perderam a janela da meritocracia e aprenderam errado. Este caminho não tem volta para os que não têm a sede do saber.
7.Então, pragmaticamente, como fazer?
Antes de qualquer ação, precisamos contar com funcionários públicos dignificantes, nos cargos que se propõem.
Quando eu resolvi fundar um partido, refleti e tirei um ano sabático para estudar e entender a complexidade deste cenário triste que vivemos hoje.
Escrevi um projeto de nação, inspirado nas repetidas vezes que Marina Silva, ainda que manipulada e muito equivocada com a classe política que ela defendia. Dentro deste projeto existe um start business plan, PLANO DE ESTADO.
E cheguei à conclusão de que não bastava fazer apenas um partido político para seguir no mínimo sozinho; precisávamos realmente de um Projeto de Nação que exemplificasse a possibilidade de alinhamento racional. Isto torna-se uma tarefa colossal uma vez que os idiotas tomaram o poder e pensam que pensam.
Agora lembrei de Bidinho, um prefeito de Rio Bonito, aqui no Estado do Rio de Janeiro, que me ensinou os primeiros passos da política austera — ele sempre me lembrava que “quem volta não erra o caminho”. Sendo esta a deixa, eu me inspirei e fui pesquisar, na verdade, procurar e encontrar o inimigo comum. Aquilo que alcançasse a todos, e assentei em um livro que é um projeto de nação denominado de BRAZIL FORMATADO (escrito com Z).
A desorganização alcançou todas as instituições públicas do Brasil; faliu moralmente e, para realinhar a nação, precisaremos formatá-la.
8.O gerenciamento público?
Não se pode gerenciar sem um plano e isto nunca teve um norte definido. Nunca tivemos, na verdade, uma democracia, a começar pela obrigatoriedade do voto, repito. Isto é um absurdo: “Quando não se tem uma estratégia, fazemos parte da estratégia dos outros”.
Encontrei então a trilogia: 1.º a Transparência (como antídoto da corrupção), 2.º o Capitalismo como opção de prosperidade e alinhamento global, e a extinção da estatização e 3.º a adoção do Relativismo como ideologia, por não ter um ponto final ou não ter a verdade absoluta, respeitando e implantando a democracia que no Brasil nunca existiu.
É impossível exercer democracia sem o direito restabelecido do simples SIM OU NÃO!
9.Entretanto, como fazer isso?
Insisto, sem vagar, simplesmente pela filosofia? Bom; Capitalismo, Transparência e Relativismo tornam-se os protocolos dos quais não podemos nos afastar e o faremos a partir de uma reforma da estrutura governamental, de forma a exemplificar, inclusive, para as unidades federativas e os municípios.
Hoje vivemos em um estado anárquico, ainda flertando com os narcotraficantes, o que é preocupante.
Precisamos de uma severa lei (nova constituição), escrita de forma conceitual e constituída por um universo de constituintes ampliados para, no mínimo, umas 10.000 pessoas. E isto hoje é possível pelo advento da Internet.
Não poderemos ficar discutindo durante cinquenta anos como a União Europeia. Acabou o tempo do amadorismo; precisamos de um plano Marshall, pular a janela da torpeza.
Os idiotas, como previu Nelson Rodrigues, chegaram ao poder em quantidade insuportável. Não podemos importar um modelo pronto; temos que encontrar a nossa vocação, nosso destino, e este é o da prosperidade individual e coletiva.
Criar seis poderes independentes, autônomos e harmoniosos entre si, com receitas próprias (eliminando a toma lá dá cá), que tanto desonra as instituições.
10.Seis poderes, quais seriam e como eles funcionariam?
Primeiro — O Poder Supremo: A terminologia “Supremo” só pode ser utilizada legitimamente quando EMANADA DO POVO. Assim, o primeiro poder deverá ser a constituição pétrea de uma ASSEMBLEIA GERAL SUPREMA DO POVO BRASILEIRO, que nunca poderá decidir de forma monocrática. Esta assembleia homologará todas as grandes decisões de conflitos institucionais através do voto do povo, realizado de forma eletrônica com contraprova, e nunca com menos de um percentual do universo eleitoral. Isso sim, seria uma democracia de fato.
Segundo — O Poder Econômico: Este poder dará a devida importância ao setor produtivo, que arca com as contas públicas. A INICIATIVA PRIVADA É O ÚNICO PARCEIRO PARA O DESENVOLVIMENTO DA NAÇÃO. Porém, não nos iludamos com as empresas estrangeiras, que, embora necessárias, não gerarão riqueza que permanecerá no país, a menos que sejam administradas por verdadeiros empresários nacionalistas.
Terceiro — O Poder Social: Este poder acolherá as pessoas que se encontram em dificuldade, gerenciado a partir do nível municipal, por ser a única esfera capaz de atender o indivíduo que nasce, cresce e morre no município e não consegue alcançar a cidadania. Toda ação assistencial federal somente poderá ocorrer de forma emergencial, através dos prefeitos municipais.
Quarto — O Poder Legislativo: O Congresso Nacional deve ser reformulado, sem eleições viciadas, e submetido a regras claras de um novo processo eleitoral. Sua única responsabilidade será fazer as leis e aprovar ou não as contas públicas. As emendas orçamentárias jamais poderão ocorrer, pois isso configura chantagem e estelionato.
Quinto — O Poder Judiciário: Como guardião da constituição, este poder terá a missão de defender única e exclusivamente a integridade da constituição, além de dar ordenamento jurídico às instâncias inferiores e às comarcas, além dos tribunais arbitrais, que são importantíssimos. O Judiciário não poderá tomar decisões monocráticas e somente atenderá a provocações judiciais das instâncias inferiores após esgotar os recursos das instâncias federais. Sexto — O Poder Executivo: Este poder representará a república, apoiando os demais Poderes e a integração das unidades federativas autônomas. Será o único responsável pelo “Imposto Racional” a ser criado, afastando-se de todas as atividades que podem ser exploradas pelas instituições privadas.
11.E o que fazer então com os 37, mais ou menos, Ministérios?
Todos serão extintos, pois a maioria atualmente não exerce funções relevantes, servindo apenas para atender a uma casta de corporativismo partidário. As atividades que realmente merecem atenção serão atendidas por secretarias executivas distribuídas pelos seis Poderes. Todo contingente de funcionários públicos excedentes será apresentado a um programa de aposentadoria compulsória ou, por opção, a um programa de instrução acelerada com a transferência para a Receita Federal.
12.O Sr. não acredita que isto vai dar muito trabalho?
Sim, é claro, e é para isso que teremos que utilizar a reserva moral dos brasileiros e a meritocracia como uma ferramenta eficiente.
13.Nossa, estou impressionado. Se me permite, gostaria de uma resposta rápida a algumas palavras. Pode ser?
Sim, estou aqui e pronto. Vamos tentar!
Educação: Será privada por opção e paga pelos estados e municípios após um teste vocacional.
Saúde: Fim da pirâmide do INSS, antes que ela exploda. O atendimento será realizado pela iniciativa privada e pago pelas unidades federativas e municipais. Todos os procedimentos e medicamentos serão cobertos pelas unidades municipais, isentos de encargos.
Alimentação: A fome é o maior ato de violência que um ser humano pode sofrer. Isentaremos de impostos toda a lista da cesta básica nacional.
Segurança Pública: Desmilitarização das polícias militares e do corpo de bombeiros, criação de polícias estaduais e municipais. Na esfera federal, será proposta a extinção da polícia rodoviária federal por desvio de função e a criação das GUARDAS NACIONAIS.
Indenização Reparatória: Indenizaremos todas as pessoas pelos serviços não prestados pela união, estados e municípios. Criaremos o FUNDO SOBERANO DO POVO BRASILEIRO com a venda de todas as instituições estatais que visam lucro e acabaremos com mais de 10.000 autarquias desnecessárias.
Nossa, estou impressionado. Se me permite, gostaria de uma resposta rápida a algumas palavras. Pode ser?
Sim, estou aqui e pronto. Vamos tentar!
14-Para encerrar esta entrevista de forma apimentada, gostaria que falasse, de forma resumida, sobre os seis últimos presidentes da república.
É desconfortável falar de ex-presidentes nominalmente, pois o Brasil não constrói heróis, mas os temos. Sempre citarei a importância do feito do cargo.
Fernando Collor de Melo: Era bem-intencionado, fundou o PRN, mas se perdeu por não ter uma equipe à altura das necessidades do cargo, e faltou experiência política federal. Foi vítima do fogo amigo e da rede Globo de Televisão. Possibilitou a entrada do Brasil no mercado internacional; celulares, computadores e carros novos foram importantes segmentos potencializados.
Fernando Henrique Cardoso: Fundou o PSDB, herdou a máquina pública já azeitada e fez o “arroz com feijão” sem maiores preocupações ou projetos significativos. Ser instruído não significa que tenha a capacidade de administrar um país tão grande. Perdeu a oportunidade de agir e não deixou legado.
Luiz Inácio da Silva: Despreparado e mal-intencionado, foi assessorado por uma legião de sequelados por ideologias ultrapassadas. Ocorre que, em sua trajetória, não olhou para os nordestinos de forma austera, confundindo-se com o assistencialismo para os famintos. Desprovido de qualquer sentimento de razão ou lógica, se mostrou um verdadeiro deslumbrado que acreditou na piada de ser chamado de “o cara” por Obama. Um verdadeiro rei dos idiotas.
Dilma Rousseff: Ao ver Lula indicá-la para presidente dos Brics, pergunto-me: todos os países envolvidos estão falidos, ao menos moralmente. Putin é um assassino e ditador, os aiatolás atolados em teocracia, o príncipe da Arábia sem honra. A Dilma, em particular, parece mais perdida que cego em festa junina. Não consigo lembrar de nada digno de registro sobre seu governo, mas a escolha dela, por Lula, reflete um desejo de manter ao seu lado alguém que não faça sombra ao seu “brilhante” legado, que na verdade defende interesses comuns à corrupção.
Michel Temer: Como todo o PMDB, buscava apenas um emprego público. Cedeu a diversas chantagens, construindo uma administração cercada de seres desprezíveis sem a conduta moral e ética para diversos cargos. A exceção foi o Sr. Alexandre de Moraes, que mostrou-se desprovido de qualquer escrúpulo.
Jair Bolsonaro: Sem ideologia partidária e sem compreender a estrutura setorial, foi de bem-intencionado a aprendiz de ditador, vítima de generais de pijamas, sem equipe e lidando com uma pandemia. Não iniciou uma obra sua, limitando-se a finalizar as de outros, o que lhe valeu uma gestão sustentada. Entretanto, teve a proeza de inserir no processo eleitoral milhares de pessoas que, pela primeira vez, acreditaram em um candidato. Infelizmente, o que restou foi o fogo amigo e parental, sem a cultura necessária para entender que o processo sempre foi fraudado.
Qual a pergunta que eu não fiz e que o senhor gostaria de responder?
Quanto tempo para testemunharmos as mudanças descritas aqui?
Baseado na história global, tenho a convicção, que me levou a escrever o livro “Brasil Formatado”, de que é possível. Os resultados já poderão ser sentidos no segundo ano de mandato da Presidência, caso o projeto de Nação seja seguido à risca. Exemplifico com países que demonstraram um senso nacionalista, obtendo resultados surpreendentes: Mongólia, Vietnã, Coreia, Japão, Indonésia, Israel, União Europeia, Mali, Angola, EUA, Alemanha, Inglaterra, Taiwan, China, entre outros.
15. Chegamos ao fim e gostaria de pedir para se despedir.
Nacionalistas, precisamos de um rumo. A república faliu. Precisaremos cortar a própria carne e trabalhar muito. O partido Capitalista Popular exigirá muito das pessoas em suas zonas de conforto e dos analfabetos do século XXI.
Seremos poucos, mas unidos demonstraremos nossa ilibada e apropriada competência. Agradeço a atenção de todos e lembrem-se: O Capitalismo é o Único Caminho para gerar trabalho e renda!
Agenor Cândido Gomes